A relatividade dos 120 minutos.

O ano lectivo escapa-se entre os dedos como areia e vejo-me a dois punhados dela dos exames nacionais.
Estou com medo, tudo se me assemelha plausível, desde os setes, aos dezassetes, aos vinte setes…como vêem, deliro com os cardinais da classificação.
O certo é que aqueles 120 minutos, que se repetirão por três dias consecutivos, não são 120 minutos, são uns valentes anos de estudo ali, investidos em míseras folhas de papel.
Aqueles 120 minutos podem resultar num ano de caloira ou num ano de repetente.
Aqueles 120 minutos podem dar asas a sonhos de criança, quando me imaginava professora de história, ou a realidades actuais, onde antecipo um curso com viabilidade no mercado de trabalho.
Aqueles 120 minutos podem significar viagens semanais para Coimbra, ou Porto, ou Vila Real, ou…
Aqueles 120 minutos podem ser de sufoco ou de alívio.
Aqueles 120 minutos podem ser escassos ou intermináveis.
Aqueles 120 minutos…
Bárbara Matias